sábado, 6 de novembro de 2010

Depressão Pós-Parto

 O nascimento de uma criança traz uma série de mudanças na vida da mãe, do pai e muitas vezes do entorno familiar e social imediato.
O pós-parto é carregado de sentimentos ambivalentes, e nesta fase a mulher fica mais fragilizada, e sentimentos como ansiedades, medos e fantasias com relação à maternidade afloram, deixando-a mais suscetível a transtornos de humor.
Segundo Zambaldi et. al. (2008), a depressão pós-parto é o transtorno afetivo mais presente no puerpério e ocorre em cerca de 13% de mulheres nesse período, sendo que em estudos realizados no Brasil, este número pode variar entre 12 e 37,1%.
Uma combinação de fatores biológicos somados a fatores obstétricos, sociais e psicológicos pode levar à depressão pós-parto. Histórico de depressão antes da gravidez, pouco apoio do companheiro ou de outras pessoas do convívio da mãe, gravidez na adolescência, gravidez não planejado, nascimento prematuro ou morte do bebê, dificuldade de amamentar e dificuldades no parto possuem uma correlação positiva com a depressão pós-parto.
Os sintomas são muito parecidos com os de uma depressão comum: alterações no apetite e sono, dificuldade para dormir, crises de choro, desatenção, problemas de concentração, falta de energia e de interesse em atividades que antes eram consideradas agradáveis. Em casos mais graves podem ocorrer idéias de suicídio e sentimentos excessivos de culpa.
Estudos mostram que de um modo geral, a depressão se apresenta mais leve ou moderada no primeiro ano de vida do bebê, o que pode dificultar a procura por ajuda profissional e quando não é devidamente tratada no início, a tendência é que esta se torne mais severa com o passar do tempo ao ponto de uma internação ser inevitável, causando grande prejuízo a mãe, bebê e familiares. O vínculo mãe-bebê é diretamente prejudicado, pois esta mãe fica voltada para si, não conseguindo atender a demanda física e emocional que o bebê necessita.
Algumas mães tendem a escondam os sintomas da depressão, pois se sentem culpadas por não apresentar a felicidade que é geralmente cobrada pelos familiares e amigos após o nascimento de um filho.
É muito importante que a mulher, bem como os familiares, possam identificar quando algo não vai bem e busque ajuda psicológica/psiquiátrica para que seja realizado o tratamento adequado o mais breve possível.

Maria Elisangela Nunes Carneiro é Psicóloga – CRP 06/98989, com formação em Psicologia da Maternidade, Psicologia Perinatal e Aleitamento Materno. Atende em consultório particular adultos, adolescentes, crianças, gestantes e casais grávidos e orientação a pais. Ministra palestras e cursos voltados aos temas Parentalidade e Cuidados com a Infância.
Contato: mariaelisangela@maternarvida.com.br


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